SP.GOV.BR - Pesquisa IAC e Instituto Axxus - Outubro 2025

IAC e Instituto Axxus divulgam a nova edição da pesquisa Café - Hábitos e Preferências do Consumidor (2019-2025)


Por Mônica Galdino (MTb 47045) e Carla Gomes (MTb 28156) - Assessoria de comunicação IAC

Fonte: iac.gov.br

O consumidor brasileiro está tomando menos café, reduziu a frequência às cafeterias e tem considerado ainda mais o preço na hora da compra. Esse comportamento é observado nos resultados da nova edição da pesquisa “Café - Hábitos e Preferências do Consumidor (2019-2025)” divulgados pelo Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, em parceria com o Instituto Axxus, o Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia (NEIT) da UNICAMP e apoio da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC). O objetivo do estudo é compreender como e porque os brasileiros estão alterando seus hábitos de consumo da bebida em um contexto marcado pela alta expressiva dos preços do produto nos últimos dois anos.

A comparação dos dados de 2025 com os da pesquisa anterior de 2023 fica evidente que o consumidor brasileiro está ajustando seus hábitos ao novo cenário econômico. O número de pessoas que tomam mais de seis xícaras por dia caiu de 30% para 26%. Ao mesmo tempo, 39% disseram optar sempre pela opção mais barata. Este índice representa mais que o dobro do registrado em 2023. As compras são realizadas nos supermercados por 63,10%.

A frequência às cafeterias passou de 51%, apurada há dois anos, para 39% nesta pesquisa atual. Esse movimento está diretamente ligado ao aumento do preço da bebida fora de casa e também à percepção dos consumidores de atendimento insatisfatório e qualidade inconsistente em alguns estabelecimentos. “Nesse cenário, muitos optaram por preparar o café em casa, que é mais econômico e, ao mesmo tempo, mantém o consumo dentro da rotina familiar”, afirma Sérgio Parreiras Pereira, pesquisador do IAC.

Outras mudanças observadas foram: no preparo, caiu o consumo de espresso de máquina e aumentou o de cápsulas e sachês; cresce o consumo da bebida sem açúcar, ainda minoritário, mas em expansão. Esta é uma mudança considerada importante: 11% preferem o café puro, sem adoçar, indicando uma tendência de crescimento dessa forma de consumo. A pesquisa também apontou que o café é consumido por 96% ao acordar. Para 63% dos entrevistados, a bebida melhora o humor e a disposição.

“Por fim, os canais de informação mudaram: o YouTube superou outras redes sociais como principal fonte sobre café, mostrando uma nova forma de contato do consumidor com o tema”, comenta o pesquisador do IAC, da Diretoria de Pesquisa dos Agronegócios, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

No levantamento - conduzido em setembro de 2025 -, foram ouvidas 4.200 pessoas em todas as regiões do Brasil, por meio de questionários presenciais aplicados com rigor metodológico. O estudo apresenta a evolução do consumo ao longo de momentos marcantes da sociedade brasileira. “A primeira pesquisa foi divulgada em 2019, período anterior à pandemia de Covid-19. A segunda, em 2021, quando houve mudanças nos hábitos dentro das residências. A terceira, em 2023, no período de retomada das atividades presenciais e agora com um cenário de forte pressão de preços no varejo”, diz.

Gosta, consome, mas não conhece

O conhecimento técnico dos consumidores ainda é baixo, de acordo com os resultados do levantamento: 48% não sabem diferenciar os diversos tipos de café, mas as categorias do produto ajudam o consumidor a entender melhor o que está comprando.

O café especial é aquele que atinge pontuação alta em protocolos internacionais de qualidade em avaliações sensoriais - acima de 80 pontos - e tem atributos diferenciados de aroma e sabor, além de rastreabilidade. O gourmet também é tem qualidade elevada, normalmente composto por 100% arábica e com baixa tolerância a defeitos. O tipo superior fica um pouco abaixo deste, com menos defeitos e maior presença de arábica, mas com qualidade superior à do tradicional. Este é o mais popular no Brasil, resultado da mistura de arábica e robusta e com maior tolerância a defeitos. O extraforte nada mais é do que o tradicional com torra mais escura, que dá uma bebida mais amarga e encorpada, muito apreciada por quem gosta de sabores mais intensos.
 
Café com cultura

Aspectos culturais também foram evidenciados na pesquisa, como a preferência pelo café de coador de pano - adotado por 52%. O café já preparado com açúcar é a preferência de 50% dos adeptos. Esse método está ligado à cultura e memória afetiva.  “O coador é um método simples, acessível e econômico, que se encaixa bem na rotina do dia a dia. É o café feito em casa, que lembra família, convivência e tradição. Ele produz uma bebida mais leve, que agrada ao paladar da maioria dos consumidores”, comenta.

Segundo a pesquisa, esse é um hábito transmitido de geração em geração, reforçado também pelo fato de que cafés tradicionais e extrafortes costumam ter torra mais intensa, o que acentua o amargor e leva o consumidor a suavizar o sabor com açúcar.

O selo da Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC) é um elemento muito considerado pelos consumidores: 87% dos entrevistados consideram que o produto com o selo tem uma melhor qualidade. “No supermercado, o consumidor não tem como diferenciar apenas olhando a embalagem se o café tem ou não qualidade. O selo funciona como um atestado técnico, uma garantia de que aquele produto foi avaliado segundo critérios rígidos. Isso dá tranquilidade na hora da compra e ajuda o consumidor a fazer uma escolha mais segura”, comenta o cientista do IAC.

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