Por mais que o tema digitalização seja recorrente no varejo farmacêutico, essa realidade ainda está muito distante de uma categoria de farmácias, como comprovam os resultados da pesquisa Nível de Digitalização das Farmácias Independentes do Brasil, realizada pelo Instituto de Pesquisa AXXUS, startup do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp.
A pesquisa, com 95% de nível de confiança e 4% de margem erro, foi realizada de forma presencial com 420 proprietários de farmácias independentes, em todo o País, sendo que foram consideradas como farmácias independentes aquelas que não integram nenhum tipo de agrupamento como franquias, licenciamentos de marca, associações e redes corporativas.
Hoje as farmácias independentes representam 52.347 estabelecimentos, ou seja, 61,3% do universo de 85.433 farmácias ativas no território brasileiro.
Um dado que chamou a atenção em relação à pesquisa. Em 99% das lojas, os descontos são definidos e concedidos aos clientes desses estabelecimentos pelos atendentes.
Em apenas 1% dos casos, os descontos são parametrizados pelo sistema, bastante diferente do que ocorre na maioria das farmácias que pertencem as redes corporativas ou associativistas.
Outro destaque é que quase a totalidade das farmácias independentes que participaram da pesquisa não possuem programas de fidelidade (99,5%) e que 83% das lojas analisadas não realizam anúncios em mídias sociais.
O objetivo central da pesquisa, era verificar o atual grau de digitalização e de uso de novas tecnologias pelas farmácias independentes no Brasil. Os resultados obtidos, permitem comparar com as redes associativas e corporativas, que avançaram muito na digitação nos últimos anos. Já tínhamos a expectativa da baixa digitalização nesses estabelecimentos, contudo, o resultado surpreendeu, mostrando que esse agrupamento tem muito a desenvolver para poder competir em iguais condições com os concorrentes, analisa Rodnei Domingues, presidente do Instituto Axxus.
Outros destaques
A pesquisa também abordou outras questões em relação a digitalização como, a forma que é feito o levantamento de medicamentos que estão faltando.
Nesse caso se constatou que 86% das farmácias independentes ainda registam as faltas manualmente. Além disso, em 95% dos casos, o sistema não está integrado com o distribuidor que as atende.
Uma das práticas que prejudica as finanças desses estabelecimentos é que, a quase totalidade (99%) das lojas não utilizam sistemas de cotação para auxiliar na decisão da melhor compras e que, 97% dos gestores dessas farmácias afirmaram que o módulo financeiro, não está integrado ao ERP.
Com relação a serviços de entrega (delivery), 92% afirmaram prestar esse serviço com entregador próprio. Nesses casos as captações de pedidos se dão prioritariamente por telefone (96%) ou WhatsApp (91%).
Outro dado relevante apontado pela pesquisa é de que 92% das farmácias independentes não utilizam qualquer plataforma de Marketplace.
Os resultados apurados pela pesquisa apontam a necessidade de evolução digital desses estabelecimentos, para que possam garantir a continuidade dos negócios, alerta Rodnei Domingues.
Fonte: Revista Capital Econômico
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