Geane Almeida Andrade mora com a mãe e o marido. Os três dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) e enfrentam o mesmo problema: neste ano, ainda não receberam os medicamentos que precisavam. Desempregada, Geane conta que usa as economias da família para não faltar os remédios. A gente vai lá, minha mãe faz uso de omeprazol, dipirona, antialérgico. Geralmente, não tem. E no início desse ano piorou mais. Agora mesmo, se você for com a receita, não tem.
Um estudo do Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa com 2.200 consumidores que tem acima de 50 anos aponta que 60% deles deixaram de comprar medicamentos por falta de dinheiro. Cerca de 91% dos entrevistados apontaram o preço como principal empecilho. Já 29% costumam retirá-los no SUS, posto de saúde ou Farmácia Popular. Para 4% os medicamentos são pagos por parentes. O professor do IFEPEC, que coordenou a pesquisa, Rodnei Rodrigues, explica a maioria das pessoas acima dos 50 anos perderam a segunda fonte de renda durante a pandemia, além da aposentadoria.
O que a gente percebeu também que muitos tinham atividade informal além da aposentadoria, que gerava um adicional de renda. Com as restrições, muitos perderam essa receita. E passaram a depender apenas da aposentadoria. Além disso, mesmo com a necessidade de isolamento social, 91% desses consumidores afirmaram que realizam compras de forma presencial. Já compras por WhatsApp ou aplicativos são utilizadas por 16% dos participantes 14% usam telefones e apenas 4% sites.
*Com informações do repórter Victor Moraes
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